O fato de ser uma obra
literária que retrata o povo Yanomami foi o que me instigou a ler o livro infantojuvenil
Órfãos de Haximu (2010), de Inês e Maria Lúcia Daflon, com ilustrações de Joãocaré.
Sei de raras iniciativas literárias sobre tal povo, ainda mais voltadas a
crianças e adolescentes.
Tendo como pano de
fundo dois marcos na história, relacionados a conflitos de terra e povos indígenas,
ocorridos em Roraima, o Massacre de Haximu e a homologação da Raposa Serra do
Sol, o livro conta a história de Daniel, um yanomami, criado em Londres pelo
pai inglês, e que, depois de adulto, resolve voltar a Roraima e conhecer sua
história: para protegê-lo, o pai o separou da irmã gêmea, após o nascimento. Segundo
a cultura daquele povo, somente a menina deveria sobreviver.
A história aborda temas
como amor, educação, povos indígenas, justiça, política, meio ambiente e pluralidade
cultural. Não me arrependi da leitura. Tive a impressão de que o livro, escrito
por duas cariocas, foi pensado para outro público que não o roraimense. Ainda assim,
nós que estamos geograficamente mais próximos dos yanomami, mas muitas vezes
distantes em outros tantos aspectos, podemos, pela leitura, iniciar esse contato
e, quem sabe, nos compreender um pouco mais.
Dentro das limitações
do formato, a obra traz uma boa contextualização sobre o tema principal
abordado, além de apresentar sobre ele um ponto de vista interessante. O gênero
ação de modo mais intenso e que provavelmente agrade o público mais jovem fica
para o último capítulo do livro.
Ao fim, ficou em mim a
vontade de ler A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami, de Davi Kopenawa e
Bruce Albert.
Outras resenhas:
Sim, Aldenor, leia A queda do céu!
ResponderExcluirObrigada pela resenha!
Obrigado pelo comentário
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