quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Entrevista com o escritor Clotilho Filgueiras

A sexta entrevista da série com escritores de Roraima é com Clotilho Filgueiras. Confira:

Apresentação
Olá, sou Clotilho Filgueiras, roraimense, escritor e advogado.

Nasci no então Território Federal de Roraima em 1974. Minha infância foi marcada por brincadeiras em um grande quintal da minha avó paterna, subindo em árvores, numa casa antiga na rua Coronel Mota, esquina com rua Rocha Leal, com cerquinha de pau rainha.

Iniciei a minha carreira de escritor em 2011, com a publicação do livro Nazareth Filgueiras contou-me sua história, pela Editora Biografia. Essa obra retrata a vida da minha avó paterna, trazendo vários relatos de fatos importantes da cidade de Boa Vista testemunhados por ela própria.

Mas eu queria mesmo era escrever para crianças. Daí, percebi que existia pouca literatura roraimense voltada para o público infantojuvenil. Foi então que, inspirado nos costumes, lendas, culinária e riquezas naturais de Roraima, decidi publicar o primeiro volume de uma série infantojuvenil, o livro Daniel Sapeca e o Diamante Azul do Tepequém.

Como se deu seu contato com a leitura?
Foi em uma pequena biblioteca da Escola Costa e Silva, quando ainda cursava a 2ª série primária. 

Alguém o incentivou? 
Eu tive o privilégio de ter excelentes professores de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, os quais incentivavam a leitura, a interpretação de textos e redação. E, ressalte-se, todos eram de escolas públicas de Boa Vista, na década de 1980.

Que livros você mais gostou de ler na vida? 
Reinações de Narizinho, Emília no País da Gramática, entres outros de Monteiro Lobato; a Bolsa Amarela e O Sofá Estampado, de Lygia Bojunga; e a inesquecível série Vagalume. Li quase todos.

De que gêneros, escolas literárias e temas você mais gosta? 
Admiro muita a escola modernista, porque foi um marco da valorização da riqueza cultural brasileira.

Procuro discorrer em meus textos sobre o sentimento da criança, crítica social, consciência ambiental e a exaltação à cultura roraimense.

Amo Roraima e, por isso, minhas histórias sempre são ambientadas em diferentes locais dessa linda terra.

Quais são suas influências literárias? Que características desses autores e obras estão presentes na sua produção?
Procuro seguir o estilo de Monteiro Lobato e Lygia Bojunga.

Monteiro Lobato valoriza no Sitio do Picapau Amarelo as lendas e costumes do Brasil. Sua literatura é paradidática, onde se aprende um pouco de Gramática, Matemática e até Geografia, enquanto Lygia Bojunga nos inspira a refletir sobre crítica social e os sentimentos das crianças.

Como você avalia o cenário atual da literatura em Roraima?
Apesar do surgimento de novos talentos e escritores locais tendo destaque em concursos nacionais e internacionais, ainda falta a devida valorização e apoio do Estado e do Município, não somente aos escritores, mas o incentivo ao crescimento da literatura roraimense.

Que trabalhos literários roraimenses você mais admira? 
O seu Aldenor, o Livrinho da Silva, e os poemas de Zezé Maku. Admiro também os poemas da Zany Adairalba.

O que você diria sobre a nova geração de escritores de Roraima?
Não desistam nunca. Escrever é um legado para poucos.

Quais são seus objetivos, como escritor?
Continuar publicando a minha série Daniel Sapeca. O segundo volume já está na editora e o terceiro estou finalizando. Tenho ainda outros projetos em mente para divulgação e apoio aos escritores locais.

Quais os momentos mais marcantes da sua carreira?
O lançamento do volume 1 do Daniel Sapeca em Boa Vista. Tive um apoio caloroso da mídia local.

Mas um fato me marcou profundamente: foi na ocasião de uma tarde de autógrafos e contação de histórias, numa escola municipal do Bonfim. Eu tinha levado alguns livros para distribuir e/ou sortear para os alunos, e, ao final do evento, um menino veio, chorando, me pedindo um livro, porque ele não havia sido sorteado. E, claro, eu o presenteei com um livro. Isso me trouxe a reflexão de que as crianças de escolas públicas ainda clamam por cultura.

Como você caracteriza os seus textos?
São sempre escritos na primeira pessoa do personagem principal, o Daniel Sapeca, um menino de nove anos. Assim, os fatos e emoções são transmitidos sempre sob a perspectiva da criança.

Ao serem ambientados em Roraima, alguns personagens das lendas indígenas interagem com os meus personagens, exaltando certos costumes, a culinária e seus vocabulários típicos, na tentativa de despertar no leitor o conhecimento da cultura, do patrimônio histórico, das riquezas naturais e geografia roraimense.

Com é o seu processo de criação? 
Eu costumo criar um problema a ser resolvido. Daí, eu traço uma espécie de roteiro e cronograma que vai me servir de guia do início ao fim da obra. Mas, no decorrer da escrita, não necessariamente esse roteiro será seguido: quase sempre é alterado por minhas sucessivas revisões.

O que o inspira a escrever? Quais são seus temas mais recorrentes?
O sentimento da criança aos problemas da vida. Assim como um adulto, elas também expressam emoções, críticas e opiniões.

A nossa vasta riqueza cultural roraimense em muito contribui ao universo das minhas histórias.

Fale sobre os livros que você publicou. 
Nazareth Filgueiras contou-me sua história: retrata a biografia de uma das mulheres mais corajosas de Roraima, à frente de seu tempo. Ela testemunhou o primeiro avião a pousar em Boa Vista, conheceu pessoalmente o Marechal Rondon, ajudou a construir a Igreja São Sebastião e fundou o bairro São Francisco. Um de seus filhos foi o primeiro empresário a comercializar as primeiras televisões em Boa Vista. Enfim, é um testemunho da história de Boa Vista, misturada com a saga de uma tradicional família roraimense.

Quais são seus projetos futuros?
Em 2020, pretendo publicar o volume 2 da série Daniel Sapeca, cujo título será Daniel Sapeca e o Patrimônio Histórico de Boa Vista.

Após continuar publicando a série, pretendo ainda criar um espaço em Boa Vista para reunir os escritores, inspirados nos que existem em São Paulo e Buenos Aires.

Há muito ainda a ser explorado pela literatura sobre o universo cultural roraimense. Assim, pretendo de forma lúdica e divertida continuar escrevendo para as nossas crianças.

Link para comprar seus livros
www.livrariabiografia.com.br

Outras entrevistas da série com escritores de Roraima

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Brincando de ser poeta (Maria Verônica Souza Nascimento, Org.)

NASCIMENTO, Maria Verônica Souza. Brincando de ser poeta. Boa Vista: ETFRR/DAE/CORDI, 1995.


Sinopse 
Antologia de poemas de alunos da Escola Técnica Federal de Roraima. 

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Verbo porvir: a poesia em gestação em Roraima
Olhares poéticos (Aline Ferreira, Org.)
Onze poesias e um conto (Sesc)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Inscrições encerradas – IV Concurso Literário Internacional Palavradeiros

Inscrições encerradas no dia 21 de outubro.


Ao todo, foram 29 inscritos, sendo três na categoria Poesia e 26 na categoria Conto. 

Na categoria Poesia, todos os inscritos são alunos de Ensino Médio de escolas públicas de Boa Vista, federais ou estaduais, sendo uma delas colégio militar. 

Na categoria Conto, foram inscritos candidatos de Roraima, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Piauí, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Romênia e Portugal. 

O maior número de inscritos na categoria Conto é do Rio de Janeiro, seguido dos candidatos de Minas Gerais, bem como de São Paulo e Roraima. 

Os textos estão sendo avaliados pela Comissão Julgadora. 

De acordo com o regulamento, o resultado final será divulgado publicamente até o dia 15 de novembro de 2019. Ao que tudo indica, será antes.

Sucesso e até mais.

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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Olhares poéticos (Aline Ferreira, Org.)

FERREIRA, Aline. Olhares poéticos. Boa Vista: IFRR, 2015.


Sinopse 
Antologia de poemas escritos por alunos dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal de Roraima (IFRR). 

Ilustração
Brenda Marcela Thomé Ferreira e Mariana Almeida Turco

Informações complementares 
O livro faz parte do projeto Sarau Literário e foi publicado com recursos do Programa Institucional de Fomento ao Desenvolvimento de Projetos de Práticas Pedagógicas Inovadoras (Inova/UFRR).

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Retalhos III (Aroldo Pinheiro, Org.)
Coletânea literária Roraima em Letras (Gersika Nascimento)
Antologia do III Concurso Literário Internacional Palavradeiros
Conpoesi: 2001 a 2004 (Sesi-RR)
Prêmio Sesc/RR de literatura: poesia e conto (Sesc)

terça-feira, 22 de outubro de 2019

O desgaste do tempo nos dentes e outras histórias (Marcelo Perez)

PEREZ, Marcelo. O desgaste do tempo nos dentes e outras histórias. Boa Vista: edição do autor, 2017.



Sinopse 
O livro aborda temas do cotidiano de uma forma imediata. Sem muitos rodeios, as histórias avançam como um flash da realidade, que muitas vezes de tão absurda, parece existir apenas no universo literário. Esse clarão instantâneo revela o mínimo necessário: o embate diário dos personagens em suas vidas condenadas.


Informações complementares 
Segunda livro literário do autor; primeiro de contos.

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Receita no Verso, a mais antiga publicação literária periódica em atividade em Roraima
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Literatura de Roraima é destaque em mapeamento da produção independente brasileira
Sem grandes delongas (Edgar Borges)
Histórias de monstros e diabruras (Tarsis Tindarsam)

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

terça-feira, 15 de outubro de 2019

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Escolhas erradas (B. C. Garmatz)

GARMATZ, Bruno Cláudio. Escolhas erradas. Curitiba: Artes & Textos, 2013.



Sinopse 
Novela romanceada, ambientada no Sul e Centro-Oeste do Brasil, na época da emancipação da região com o nascimento do Estado do Mato Grosso do Sul. Os temas centrais da trama são a migração gaúcha, o surgimento das pequenas cidades em torno das fazendas com o Paraguai e a corrupção envolvendo empresários e políticos.

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O Homem de Barlovento (Bruno Garmatz)
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Remanescente das sombras (Bruno Garmatz)
Sessões coletivas de autógrafos de escritores roraimenses no II Sesc Literatura em Cena
Livros de Roraima em vestibulares
A literatura de Roraima tá bem na fita!

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Sobre matos e gentes (Romério Bríglia)

BRÍGLIA, Romério. Sobre matos e gentes. Boa Vista: edição do autor, 2018.


Sinopse 
Contos amazônicos escritos pelo autor ao longo de viagens e escutas por Roraima e seus vizinhos de valor e desafios. 

Informações complementares
Disponível nas versões impressa e digital. A versão impressa é de 2019. 

Veja também
Obras literárias de Roraima: levantamento inicial
Retalhos II (José Aroldo Pinheiro, Org.)
Sem grandes delongas (Edgar Borges)

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Cinco sentidos (Tanner Menezes)

MENEZES, Tanner. Cinco sentidos. Osasco, SP: Novo Século, 2010.



Sinopse 
Esta não é uma história sobre Romeu e Julieta. A contrário deles, que buscaram na morte a solução para ficarem eternamente juntos, aqui, a luta pela vida é o que os manterá unidos. Um romance entre duas pessoas, que vivem intensamente o sexo, o dinheiro e o amor.

Informações complementares 
Primeiro romance do autor.

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Obras literárias de Roraima: levantamento inicial
Conquis7as (Tanner Menezes)
Meia Pata (Ricardo Dantas)
O Homem de Barlovento (Bruno Garmatz)
Inia: uma aventura amazônica (Marcela Marques Monteiro)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Inia: uma aventura amazônica (Marcela Marques Monteiro)

MONTEIRO, Marcela Marques. Inia: uma aventura amazônicaBarueri, SP: Novo Século, 2013.



Sinopse 
Inia é uma tímida jovem de Sarasota-Flórida, que vive sua vida pacata até conhecer a brasileira Lena e seus amigos, que planejam escalar o Monte Roraima. Ela decide unir-se ao grupo nesta aventura e viaja para o Brasil. À medida que a escalada ao monte se inicia, ela começa a ter uma série de sonhos sobre um misterioso lago, onde se torna amiga de um lindo boto cor-de-rosa e de pessoas que fazem parte das histórias e lendas contadas pelos integrantes do grupo. A jovem turista americana também conhece um guia enigmático que lhe provoca sensações estranhas: André, de pele rosada e sorriso fácil, possui um encanto que atrai todas as mulheres ao seu redor. Envolta nesse mundo exótico de lavrados e montanhas tão antigas quanto a própria Terra, ela mergulha no mundo fantástico dos mitos e lendas amazônicas.

Informações complementares 
Primeiro romance fantástico da autora.

Veja também
Obras literárias de Roraima: levantamento inicial
Conquis7as (Tanner Menezes)
Meia Pata (Ricardo Dantas)
O Homem de Barlovento (Bruno Garmatz)