terça-feira, 11 de setembro de 2018

Entrevista com o escritor Zeca Preto

A quarta entrevista da série com escritores de Roraima é com o filho de dona Neusa, Zeca Preto. 

Apresentação 
Sou um escritor meia boca. Com juízo suficiente pra não escrever um romance... Comecei a escrever um Maria Tiquiri. Tive de rasgar tudo. Totalmente perdido. Adoro escrever o cotidiano. Dar vida às palavras é bom demais. É como inventar palavras: Drácuxi, Paracuxinauara, Roraimeira, entre outras tantas. Na realidade, não sei quem sou como escritor. Apenas escrevo... 

Como se deu seu contato com a escrita? 
O meu contato com a escrita foi com 11 ou 12 anos: fui escolhido pra fazer uma mensagem de duas páginas para Papai Noel. Fiz a carta no Grupo Escolar Dr. Freitas, em Belém do Pará. O texto questionava porque uns tinham bicicletas, patins, carrinhos elétricos que piscavam os faróis e outros tinham um carrinho de lata feito pelos próprios pais. 

Essa questão social sempre foi um questionamento meu... e daí pra frente, escrevia mensagens de aniversário, até de missa de 7 dia de falecidos... 

Que livros você mais gostou de ler na vida? De que gêneros, escolas literárias e temas você mais gosta?
Li poucos livros e gostei imensamente de ‘Eu’, de Augusto dos Anjos. Quando jovem, era viciado em livro de bolso ‘Giselle, a espiã nua que abalou Paris’. Li quase todos. 

Quais são suas influências artísticas? Que características desses autores e obras estão presentes na sua produção?
Acho que não tenho. Mas sou apaixonado por Manoel Bandeira e um pouquinho por Carlos Drummond de Andrade. 

Como você avalia o cenário atual da literatura em Roraima? 
Vejo com otimismo. Tem uma turma maravilhosa. E o que me deixa mais feliz é ver mulheres poetas. Fico Feliz! 

Que trabalhos literários roraimenses você mais admira? 
Eliakin Rufino, Zanny Adairalba, Ricardo Dantas, Edgar Borges. Os trabalhos desses escritores são bons e admiro... 

O que você diria para a nova geração de escritores? 
Claro, se preocupem com as pequenas concordâncias. E, por favor, deem vida e imagem às palavras... 

Quais são seus objetivos, como escritor?
É passar emoção, se possível, fazer chorar através da escrita. 

Quais os momentos mais marcantes da sua carreira?
Como escritor, foi no lançamento do meu Songbook na sede da União Operária, onde pude ver e ouvir murmúrios de festas que ali aconteciam. Foi louco! Escrevi um poema... 

Como você caracteriza o texto que produz?
Verdadeiro, no maior sentido da mentira. 

Com é o seu processo de criação? 
Como escritor, chega uma vontade imensa de escrever. Como compositor, também faço por encomenda, sem inspiração... 

O que o inspira a escrever? Quais são seus temas mais recorrentes? 
O amor no seu mais alto grau da existência... 

Fale sobre os livros que você publicou. 
Como escritor, escrevi os livros: 

Em 1987, ‘Beiral’. Foi lançado no próprio ambiente, no Bar do Batuta. Consegui levar ao Beiral secretários de Estados, deputados federais e outras autoridades. Foi uma festa maravilhosa com cachaça, cerveja, cigarros e poesia... 

Em 2008, escrevi o livro ‘Beiral II edição’ (obra revista e ampliada), com fotos do fotógrafo Jorge Macedo. 

Em 2013, escrevi o livro ‘Poemas Acorrentados’, com as belas ilustrações do artista plástico Augusto Cardoso. Para ler e baixar 'Poemas Acorrentados', clique aqui.
Em 2014, escrevi o livro ‘Traços e Amores’, com ilustrações de Amazoner Okaba. 

Em 2014, foi feito pela UFRR, através da Fundação Ajuri, o meu Songbook ‘Músicas Vivas de Zeca Preto’. 

A música me deixa mais eufórico por causa do som. Talvez, por isso, não seja tão atuante na literatura propriamente dita. 

Quais são seus projetos futuros? 
Lançar nas plataformas Web. 

Caso queira acrescentar algo a mais que não foi perguntado, fique à vontade. 
Agradecer e dizer que você é um grande escritor.

Site oficial

Redes sociais de Zeca Preto

Outras entrevistas da série com escritores de Roraima
E-book: a literatura de Roraima na era digital
Mesas redondas discutem literatura em Roraima

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Entrevista com o escritor João Euclides Junges

A terceira entrevista da série com escritores de Roraima é com João Euclides Junges, o Guri de Selbach.


Apresentação 

Nasci em Três Passos (RS), em 5 de fevereiro de 1955, filho de Emílio Alberto Junges e Ana Hilária Junges. Com três meses de vida, meus pais se mudaram, fixando residência na vila de Selbach. Foi como um vento, não deu tempo de pensar. O vento só tem tempo de seguir e de rezar a própria prece. Ingressei no mundo dos livros guiado pelas mãos divinas. O Deus de minha fé me salvou de fazer uma besteira, me inserindo no mundo fantástico dos livros. 


Como se deu seu contato com a leitura? 

Peguei gosto pela leitura nos meus tempos de piazote. Minha leitura preferida na época eram os livros de bolso de faroeste. 


Que livros você mais gostou de ler na vida? Que gêneros, escolas literárias e temas mais o agradam? 

Adoro livros de histórias baseadas em fatos reais. E o meu livro preferido, seguindo essa linha, é: Um Gato de rua chamado Bob. Autor: James Bowen. Outro: Papillon – O homem que fugiu do inferno. 


Que características desses autores e obras estão presentes na sua produção? 

Sigo a mesma linha nos meus trabalhos literários, ou seja, histórias baseadas em fatos reais. 


Quais são suas influências artísticas? 

Minha influência artística veio através do nosso Pai Celestial. A noite em um sonho ELE me visitou e disse: “Escreve um livro guri” 


Como você avalia o cenário atual da literatura em Roraima? 

Caminhos difíceis para nós, escritores roraimenses. As livrarias estão fechando as portas e os políticos roraimenses não fazem nada pela cultura. 


Que trabalhos literários roraimenses você mais admira? 

Os trabalhos literários do Eroquês Velho e do Bruno Garmatz, dois gênios da literatura roraimenses. 


O que você diria sobre a nova geração de escritores de Roraima? 

Todos procurando o seu espaço. 


Quais são seus objetivos, como escritor? 

Meus livros estão entre os mais lidos em Roraima. Depois das eleições, vou trabalhar meus livros em Manaus. 


Quais os momentos mais marcantes da sua carreira? 

Quando uma criança de 13 anos, que estudava na Escola Penha Brasil, pegou o microfone, após o término de mais uma palestra, e, olhando bem dentro dos meus olhos, disse: “O senhor palestra com o coração. O senhor emociona a gente”. 


Como você caracteriza os textos que produz? 

Autobiográficos. 


Com é o seu processo de criação? 

Intuição e imaginação, aliado a muita pesquisa. 


O que o inspira a escrever? Quais são seus temas mais recorrentes? 

A lua e o vento. Pertenço à classe dos andejos e quem sempre me leva embora é o “Wind”. 


Fale sobre os livros que você publicou. 

AVENTURAS DE UM DESCONHECIDO: São causos que levam o leitor a pensar nas inconsequentes travessuras de um menino de interior. O livro provoca a falsa impressão de que a pretensão do autor é mostrar o lado cômico de uma história e de uma época. Parece ser exatamente assim, mas não é. O que verdadeiramente está escrito não são as enormes gargalhadas que ecoaram nas lonjuras do passado. 

CAMINHANDO SOBRE OS SONHOS: É mais um sonho realizado de dois escritores gaúchos, que o destino reuniu em Roraima. Embora pareça ser a continuação do livro Aventuras de um desconhecido, diferencia-se apenas pela maneira diferente de contar velhas e verdadeiras histórias. As brincadeiras dos meninos interioranos amadureceram no contexto de cada história. Os escritores também amadureceram com a trajetória dos livros. 

GRITO DE ALERTA: Tratava-se de uma bela e desafiadora proposta literária. Porém, com uma temática definida, abrangente, de domínio público e trazendo dentro dela um forte apelo social. É diferente de contar histórias para as pessoas rirem e acharem engraçado, do que descrever as lágrimas e os sofrimentos dos que, em silêncio e solitários, choram. É diferente escrever sobre um tema amplamente debatido pela comunidade científica e por pessoas responsáveis sobre as ações sociais e humanitárias que são empreendidas constantemente. Todas as camadas sociais foram contempladas. Também nos prestigiaram pessoas de todas as idades e de todos os segmentos étnicos. Até porque a doença não discrimina as pessoas que se encontram em seu campo de atuação. As pessoas se permitiram, e nos permitiram, falar abertamente sobre as maneiras em que a depressão se manifestou nelas. 


Quais são seus projetos futuros? 

Já em desenvolvimento meu novo livro: A arte de vender livros e suas histórias. Lançamento previsto para o mês de novembro do corrente ano. 


Caso queira acrescentar algo a mais que não foi perguntado, fique à vontade. 

Os livros quase sempre materializam o abstrato e solitário sonho de um escritor. O escritor é um sonhador que sonha sozinho. Os mais renomados escritores, de qualquer época e de qualquer tema literário, um dia, também sonharam escrever o primeiro livro. Os livros encerram uma história de vivências que nos remete aos tempos de outra época e ao caminhar dela. 


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