quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Makuxi Panton: história da raposa, da rolinha e da coruja (Diocese de Roraima)

CENTRO DE INFORMAÇÃO DA DIOCESE DE RORAIMA. Makuxi Panton: história da raposa, da rolinha e da coruja. Boa Vista: Diocese de Roraima, 1991.


Sinopse 
História em que a Raposa tenta comer o filhote da Rolinha e também a Coruja.

Ilustração
Bartô

Informações complementares 
Quarto volume da coleção Makuxi Panton de histórias macuxi. Narradores: Maria Tobias, Marlene e Damião, respectivamente, das 'malocas' do Kurapá, da Raposa e do Cantagalo.

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Ciranda dos contos (Aléxia Linke)

LINKE, Aléxia. Ciranda dos contos. Boa Vista: edição da autora, 2001.


Sinopse 
Doze contos que se completam nas mãos do leitor.

Ilustração
Aléxia Linke

Informações complementares 
Primeiro livro juvenil de Aléxia Linke. Alguns contos da obra foram premiados, publicados em antologias coletivas e contados em teatro e escolas pela autora, que também é contadora de histórias.

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

A mulher do garimpo (Nenê Macaggi)

MACAGGI, Nenê. A mulher do garimpo: romance do extremo sertão norte do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial, 1976.

Sinopse 
O livro conta a história de dois personagens: Ádria, órfã nascida em um cortiço do Rio de Janeiro e criada como menino, que, quando adulto, sob a identidade de José Otávio, migra para a região amazônica, viajando por várias cidades até chegar a um garimpo da região do Rio Branco (Roraima); e Pedro Rocha, cearense que migra para o Norte do País, garimpeiro, mas também extrativista das riquezas amazônicas (seringa, caucho, castanha e balata). Com isso, descreve as dificuldades da vida dos garimpeiros, discute a demarcação dos territórios, aponta problemas decorrentes da migração e questões indígenas. Aborda ainda a situação das viúvas do garimpo, a prostituição alastrada, como único meio de sobrevivência, e a morte precoce dos filhos.

Informações complementares 
A obra foi referência nos vestibulares UFRR de 2014 a 2016. Foi relançada em 2012 em Boa Vista. É considerada o marco inicial da produção literária em Roraima.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Partículas (Lindomar Neves Bach)

BACH, Lindomar Neves. Partículas. Boa Vista: edição do autor, s/d.



Sinopse 
Ensaio poético ilustrado que retrata diversas fases da vida do autor. Antologia de poemas brancos e poesias 'assobiáveis', alguns bem pessoais e subjetivos e outros que são uma crítica aberta à condição do artista em Roraima. 

Ilustração
Lindomar Neves Bach

Informações complementares 
A edição a que tive acesso não registra data da obra. Segundo informação colhida diretamente com o autor, o ano da primeira edição do livro é 2017.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

No abismo da paixão (Thiago Sardenberg)

SARDENBERG, Thiago. No abismo da paixão. Boa Vista: Instituto Fecor, 2000.


Sinopse
Segredos, mentiras, traições e paixões são elementos deste romance em que o passado é uma ameaça constante que insiste em ressurgir, trazendo consigo a verdade. Ao narrar ao mesmo tempo duas histórias de amor na vida de Vivian, o autor constrói um paralelo entre o presente e o passado que aguça a curiosidade e cria um clima de suspense crescente.

Informações complementares 
O autor escreveu este livro aos 14 anos.

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Traços e amores (Zeca Preto)

PRETO, Zeca. Traços e amores. Boa Vista: Selo Editorial, 2019.


https://drive.google.com/file/d/1U8lZU_dXdBZ_qU3T7WafuVh0uadOcGz2/view?usp=drive_web
Sinopse 
Um livro que trata das letras, das palavras, dos versos, do poema, dos traços e dos amores. 

Ilustração
Amazoner Okaba

Informações complementares 
A primeira edição do livro digital (e-book) 'Traços e amores' é de 2015. Não há registro da referência completa e da obra em si nesse ano. Por isso, optou por informar aqui a referência da edição de 2019.

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Macunaíma, de Mário de Andrade X Makunaíma, de Theodor Koch-Grünberg


Mário de Andrade sempre admitiu que a maior inspiração para Macunaíma, publicado em 1928, foi o mito indígena Makunaíma, com o qual o romancista teve contato por meio do segundo tomo da obra do etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg ‘Do Roraima ao Orinoco’, Mitos e lendas dos índios Taulipáng e Arekuna, publicado em alemão em 1924.

Este texto pretende tensionar a construção do personagem Macunaíma, por Mário de Andrade, com o relato de Koch-Grünberg sobre o mito indígena. Não é minha intenção comparar o romance ficcional com a visão atual dos povos indígenas de Roraima sobre Makunaima, que também é compartilhado por outros povos indígenas da região do Monte Roraima (Venezuela e Guiana).
Vamos lá: entendo que, em Macunaíma, Mário de Andrade captou bem a moralidade de Makunaíma, que difere da moralidade cristã ocidental. E aí me parece estar a grande sacada do livro. Macunaíma é o herói sem nenhum caráter, o que não significa que é mau caráter. Portanto, não é vilão. Trata-se de um anti-herói, com seus desvios morais comuns a um ser um humano, em nada parecido com os heróis nobres, altruístas e integralmente virtuosos que a narrativa ocidental perpetuou.

Makunaíma engana a família para ter relações sexuais com a cunhada, passagem também encontrada no livro de Mário de Andrade. Além disso, em Koch-Grünberg, se lê um trecho em que Makunaíma trolla o irmão, dando uma fruta para este comer, após aquele ter passado o fruto no próprio pênis. Uma clássica traquinagem, molecagem, zoeira...

Em contraposição a isso, aponto dois aspectos que me desagradam no Macaunaíma de Mário de Andrade. Primeiro: a hipersexualização do personagem. Segundo: o recorrente ‘ai, que preguiça!’.

Bem, como se pôde ver acima, Makunaíma, em Koch-Grünberg, tem, sim, uma moral sexual, digamos, mais frouxa, se comparada à moral ocidental. No relato do etnólogo alemão, assim como em Mário de Andrade, Macunaíma/Makunaíma não se arrepende ou se sente culpado por cobiçar (e acasalar com) a mulher do próximo. No caso, seu irmão.

Há também outro trecho em Do Roraima ao Orinoco em que Makunaíma e os irmãos são rejeitados por mulher com quem queriam ter relações sexuais e, em razão disso, a castigam, bem como punem o escolhido da moça.

Das 12 histórias de Makunaíma no livro de Koch-Grünberg, essas são as duas únicas que fazem referência ao desejo ou à pratica sexual daquele.

Entretanto, creio que em Mário de Andrade, a libido de Macunaíma foi hiperdimensionada, deixando a impressão de que o personagem a todo tempo pensa e faz ou tenta fazer sexo com toda ou quase toda mulher com quem encontra.

Em contraponto, em Koch-Grünberg, há histórias sem conotação sexual alguma em que Makunaíma interage com mulheres. Em ‘Feitos de Makunaíma’, em Do Roraima ao Orinoco, por exemplo, Makunaíma, transforma homens e mulheres em pedras, sem qualquer referência à pratica sexual.

Outro aspecto em Macunaíma, de Mário de Andrade, o que mais me incomodou, foi a frase ‘ai, que preguiça’, repetida 15 vezes pelo protagonista ao longo do romance. Depois de mais de seis anos, sem falar, o primeiro dito de Macunaíma é: “ai, que preguiça”. Macunaíma tem preguiça de falar, trabalhar e, paradoxalmente, até de “brincar”, ou seja, fazer sexo! Em Koch-Grünberg, não se encontra tal interjeição. Trata-se de criação de Mário de Andrade.

Não creio que este tenha sido o propósito de Mário de Andrade, mas esse aspecto inevitavelmente reforça o estereótipo do índio como preguiçoso por natureza. Entretanto, nas narrativas de Koch-Grünberg e do próprio Mário de Andrade, é possível ver Makunaíma/Macunaíma cortar árvores, pescar, construir casa, caçar e fazer tantas coisas que não condizem com uma pessoa preguiçosa.

Acho que é isso!

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