Continuo minha incursão pela crítica dos filmes brasileiros indicados ao Oscar 2020. Agora é a vez de Dois Papas.
Dirigido por Fernando Meirelles, Dois Papas parece um filme para ser ouvido. Sim, na prática, o
mais importante ali são os diálogos. Visualmente o filme é bem estático: ficamos vários momentos diante de Bento XVI e o futuro Papa Francisco sentados ou caminhando, enquanto conversam. Mas, demos o braço a torcer, que diálogos! Davam um baita de um livro. Dava, não: já deu.
Talvez dizer que o filme é um roteiro adaptado ajude a entender essa sensação de a história ser meio paradona. Dois Papas é uma adaptação do livro de mesmo nome. Acontece que se trata de um livro não ficcional. Portanto, não é uma obra literária que conta uma história, mas um texto que expõe ideias. Transformar um livro do gênero dissertativo (uma grande redação de vestibular) em uma história de cinema não é uma tarefa fácil. O fato de o roteiro do filme e o livro serem escritos pelo mesmo profissional (Anthony McCarten) parece não ter ajudado muito nesse ponto.
Além de um conteúdo denso, Dois Papas tem uma escolha de narrativa visual muito potente: muitas vezes, nos deparamos com uma câmera trêmula, como se estivéssemos assistindo a um documentário. Tudo a ver, já que o filme é baseado em uma história real. Muito bom!
E vc? Assistiu? O que achou?
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