Até onde estamos preparados para conviver com o
sobrenatural? Essa pergunta abre o texto da contracapa do livro O Homem de
Barlovento, de Bruno Garmatz. Mas, ainda que central, a questão acima talvez não
seja suficiente para traçar um panorama desejável da obra, que mescla romance e
mistério.
Lançado em 2013, O Homem de Barlovento é o primeiro
livro de ficção do autor e já foi tema de trabalhos científicos, inclusive uma
dissertação de mestrado, publicados nas línguas Portuguesa e Espanhola. Nascido
em Ibirubá (RS), Bruno Garmatz mora em Boa Vista desde 1988. É ainda autor do
romance Escolhas Erradas (2013) e dos livros-reportagens Conversando com
Guillermo (2007) e Monte Roraima – a morada de Makunaima (2013). Conversando
com Guillermo já foi adotado como livro de referência no vestibular da
Universidade Federal de Roraima.
A história começa com o primeiro encontro de Mauricio
e Luisa, romance que o autor retoma nos últimos capítulos. Entre esses dois
momentos, a obra relata a experiência mística que teve o protagonista, ali pelo
quinto capítulo, e sua aventura para entender o que se passou.
Além do enredo romântico e do tom espiritualista,
outro elemento marca a narrativa: o turismo. O enredo viaja por Goiás, Boa
Vista e Venezuela, com profundas descrições de atrativos históricos, culturais
e turísticos. Tanto que o leitor pode até se questionar se os lugares paradisíacos
são o cenário da história ou é a história um pretexto para as deslumbradas descrições.
Talvez esta seja a mais clara manifestação na obra do lado jornalista do autor.
Finda a leitura, dificilmente a pessoa não quererá conhecer pessoalmente as belezas
retratadas, como agora alimento o desejo de viver a experiência de contato com a
neve venezuelana.
Minha indicação? A mesma do prefaciador da obra: ‘Leia
este livro do início ao fim’. Do contrário, dificilmente entenderá o porquê do
cacau na capa ou qual a relação entre a história de amor dos protagonistas e o
inusitado encontro de um deles com o Homem de Barlovento.
GARMATZ, Bruno. O
homem de Barlovento. Curitiba: Artes&Textos, 2013.
Obs.: um exemplar de O homem de Barlovento foi doado
pelo autor a este blogueiro. Agora, após a leitura e a presente resenha, a obra
deve compor o acervo do Espaço de Leitura e Pesquisa em Artes Aldenor Pimentel,
do Espaço Cultural Harmonia e Ritmo, em Boa Vista (RR).
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