segunda-feira, 28 de maio de 2018

Literatura a Caminho: projeto de Roraima é selecionado no Rumos Itaú Cultural


O projeto Literatura a Caminho é a única proposta de Roraima selecionada na edição 2017-2018 do programa Rumos Itaú Cultural. Esta é a segunda vez que um projeto roraimense é selecionado no programa.

Nesta edição, foram 12.616 trabalhos inscritos e 109 selecionados. Houve inscrições de todos os Estados brasileiros e de outros 19 países. De Roraima, foram 33 inscritos. O resultado final foi anunciado no dia 28 de maio, em coletiva à imprensa. A lista completa pode ser encontrada neste link.

Até então, o único de Roraima selecionado no Rumos era o cantor e compositor Eliakin Rufino, contemplado no edital Rumos Música Mapeamento 2007-2009. Além disso, em 2017, o escritor e xamã Davi Kopenawa Yanomami recebeu o Prêmio Itaú Cultural 30 Anos.

Coordenado pelo escritor Aldenor Pimentel, em parceria com o Espaço Cultural Harmonia e Ritmo, o projeto Literatura a Caminho pretende realizar oito encontros entre escritores de Roraima e estudantes de Ensino Médio de escolas públicas de Boa Vista, Cantá e Mucajaí, em 2018 e 2019. Estão previstos ainda o sorteio de livros regionais entre estudantes e a doação de exemplares às biblioteca das escolas envolvidas no projeto.

“Será a partir do interesse manifesto da comunidade que escolheremos as escolas para receberem o projeto gratuitamente. Os encontros serão planejados em parceria com cada uma das escolas envolvidas”, informou Aldenor Pimentel. As escolas públicas de Ensino Médio interessadas em fazer parte do projeto devem entrar em contato pelo email: aldenorpimentel@gmail.com.

Criado em 1997, o Rumos Itaú Cultural é um programa de apoio à produção artística e intelectual. É um dos primeiros editais públicos para a produção e a difusão de trabalhos de artistas, produtores e pesquisadores brasileiros. Os projetos abrangem um universo que engloba desde música, artes visuais, artes cênicas, literatura e audiovisual até arquitetura, moda, design e gastronomia, entre outros campos.

terça-feira, 15 de maio de 2018

A onça na literatura de Roraima


Situada no topo da cadeia alimentar, a onça-pintada é personagem importante de muitas histórias criadas em Roraima, publicadas ou não.

Conheça algumas obras literárias com aparições desse felino, em maior ou menor grau, e saiba como ele foi retratado em cada um desses livros.

A Onça e o Fogo (Cristino Wapichana)
Em A Onça e o Fogo (2009), história baseada em uma lenda indígena, a onça é uma espécie de anti-heroína. Ou seja, seus defeitos são mais acentuados que suas qualidades, sem que isso a torne vilã da narrativa. Prepotente, arrogante e egocêntrica, desafia o fogo, na certeza de que ela é mais forte.

O Guru da Floresta (José Vilela)
Em O Guru da Floresta (2013), a onça macho é a vilã, que rivaliza com o protagonista, um guariba-vermelho. Não satisfeito com apenas uma noiva, o felino quer também a irmã dela, noiva do guariba Macaco Pancoso. E, para isso, a onça macho está disposta a qualquer armação.

Meia Pata (Ricardo Dantas)
Em Meia Pata (2013), a onça-pintada não chega a ser vilã, mas é oponente do protagonista, um pesquisador da biodiversidade amazônica. Ela representa as forças da natureza que o homem deve enfrentar, para alcançar seus objetivos.

Leia também
Resenha: Rapadura é doce, mas não é mole (José Vilela)
Livros de Roraima em vestibulares
Literatura de Roraima é destaque em mapeamento da produção independente brasileira
A literatura de Roraima além das fronteiras da língua
Mesas redondas discutem literatura em Roraima
Literatura para crianças em Roraima
Livro de Cristino Wapichana é finalista de prêmio na Suécia
Pela primeira vez, Roraima é finalista do mais importante prêmio da literatura brasileira
A diáspora da literatura de Roraima
Literatura indígena de Roraima

quinta-feira, 10 de maio de 2018

O capital literário de Roraima para além da capital

É comum a produção literária dos países e Estados se concentrar nas grandes cidades, geralmente nas capitais. Mas a literatura não deixa de existir longe desses lugares. Roraima tem escritores de outros municípios, além de Boa Vista, com livros publicados.

Saiba mais sobre alguns deles:

Ernandes Dantas (Mucajaí)
Nascido em Mucajaí e neto de um dos fundadores do município a 58 km da capital, Ernandes Dantas é poeta, dramaturgo, ator, cantor, compositor e gestor cultural. É autor do livro ‘Sons, imagens e Gestos’ (2011), lançado pelo edital Microprojetos Mais Cultura – Amazônia Legal, da Funarte. Em 2017, lançou ‘Antologia Poética: sobre o que o vento anuncia’, coletânea de poemas relacionados à cultura de Mucajaí. Antologia Poética pode ser encontrada nas versões ebook e impressa no site do Clube dos Autores.

Jaider Esbell (Normandia)
Nascido em Normandia, município no Nordeste do Estado, a 185 km de Boa Vista, Jaider Esbell é artista visual e escritor, da etnia indígena macuxi. Ilustrou o livro de poemas 'Uhiri' (2017), de Devair Fiorotti, referência no Vestibular UFRR 2019. É autor dos livros: ‘Terreiro de Makunaima – mitos , lendas e estórias em vivências’ (2012) e ‘Tardes de Agosto, Manhãs de Setembro, Noites de Outubro’ (2013). Também produziu o livro artesanal ‘O Xamã’, com capa feita à mão, costura em arame e papeis reutilizados. Outras informações: www.jaideresbell.com.br.



Francisco Moreira de Souza (Rorainópolis)
Morador de Rorainópolis, no Sul de Roraima, município a 290,4 km de Boa Vista, Francisco Moreira de Souza é autor do livro ‘A garota do posto’. A obra caminha para a segunda impressão e conta a história de um homem sem coragem para declarar seu amor por uma mulher. Para investir na publicação do livro, lançado em 2017, o autor vendeu a própria moto, seu único meio de transporte, na época.

Leia também

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Governo Temer tenta lucrar politicamente com aprovação de projeto de lei que não elaborou nem trabalhou para aprovar


Com a aprovação do projeto de lei que cria a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), o Ministério da Cultura fez uma postagem, no mínimo, curiosa em sua página oficial no Facebook. O texto diz: “Boa notícia! Após forte articulação do #MinC, a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) foi aprovada no Congresso Nacional do Brasil.”
Com assim? — perguntaram-se, com razão, aqueles que realmente fizeram uma forte articulação para que o projeto de lei vingasse. Isso porque, em todo o trâmite no Congresso, não se viu articulação alguma da gestão Temer, ainda que fraca, em favor da proposta.

O projeto de lei foi aprovado no dia 8 de maio de 2018 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal. E agora, para entrar em vigor, basta a sanção presidencial.

O projeto é fruto de um amplo e longo debate entre a sociedade civil organizada e o Poder Público. A PNLE é uma tentativa de dar continuidade às ações exitosas do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), aprovado por meio da portaria interministerial, em 2006, e instituído por meio de decreto da então presidenta Dilma Rousseff, em 2011.

Alguns dos objetivos do projeto são democratizar o acesso ao livro; fomentar estudos e indicadores nas áreas do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das bibliotecas; desenvolver a economia do livro; promover a formação profissional nos segmentos criativo e produtivo do livro e mediador da leitura; e incentivar a criação e a implantação de planos estaduais e municipais do livro e da leitura.

Entrega do projeto de lei à senadora Fátima Bezerra (Frente Parlamentar Mista em Defesa do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas). Foto: Vinicius Ehlers/ Gab. Sen. Fátima Bezerra
Por temerem que o projeto não fosse priorizado pela gestão Temer, o Colegiado Setorial de Literatura, Livro e Leitura (CSLLL), a Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) e a Secretaria Executiva do PNLL, às vésperas do processo de impeachment, apresentaram a minuta do projeto de lei à senadora Fátima Bezerra (PT/RN), que assumiu sua autoria.

Logo em seguida, a primeira ação do governo Temer para a cultura foi extinguir o Minc, o que só foi revertido mediante grande pressão da sociedade civil organizada. Mesmo depois da desextinção do ministério, o Governo Federal, além de reduzir drasticamente o orçamento, reestruturou o Ministério da Cultura, diminuindo na pasta a importância da DLLLB, transferida da Secretaria Executiva para a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). Além disso, o Governo deixou sem gestor por seis meses o órgão responsável pela política nacional de livro, leitura, literatura e bibliotecas.

Talvez por tudo isso o post na fanpage do Minc não cite nenhum exemplo dessa “forte articulação” para que fosse aprovada a Política Nacional de Leitura e Escrita.

Leia também


Vote no projeto de lei que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita

Minc descumpre regimento do CNPC e desrespeita prazo de publicação de moções


Cultura: para o Governo, mercadoria; para a sociedade civil, um direito