A quarta entrevista da série com escritores de Roraima é com o filho de dona Neusa, Zeca Preto.
Apresentação
Sou um escritor meia boca. Com juízo suficiente pra não escrever um romance... Comecei a escrever um Maria Tiquiri. Tive de rasgar tudo. Totalmente perdido. Adoro escrever o cotidiano. Dar vida às palavras é bom demais. É como inventar palavras: Drácuxi, Paracuxinauara, Roraimeira, entre outras tantas. Na realidade, não sei quem sou como escritor. Apenas escrevo...
Como se deu seu contato com a escrita?
O meu contato com a escrita foi com 11 ou 12 anos: fui escolhido pra fazer uma mensagem de duas páginas para Papai Noel. Fiz a carta no Grupo Escolar Dr. Freitas, em Belém do Pará. O texto questionava porque uns tinham bicicletas, patins, carrinhos elétricos que piscavam os faróis e outros tinham um carrinho de lata feito pelos próprios pais.
Essa questão social sempre foi um questionamento meu... e daí pra frente, escrevia mensagens de aniversário, até de missa de 7 dia de falecidos...
Que livros você mais gostou de ler na vida? De que gêneros, escolas literárias e temas você mais gosta?
Li poucos livros e gostei imensamente de ‘Eu’, de Augusto dos Anjos. Quando jovem, era viciado em livro de bolso ‘Giselle, a espiã nua que abalou Paris’. Li quase todos.
Quais são suas influências artísticas? Que características desses autores e obras estão presentes na sua produção?
Acho que não tenho. Mas sou apaixonado por Manoel Bandeira e um pouquinho por Carlos Drummond de Andrade.
Como você avalia o cenário atual da literatura em Roraima?
Vejo com otimismo. Tem uma turma maravilhosa. E o que me deixa mais feliz é ver mulheres poetas. Fico Feliz!
Que trabalhos literários roraimenses você mais admira?
Eliakin Rufino, Zanny Adairalba, Ricardo Dantas, Edgar Borges. Os trabalhos desses escritores são bons e admiro...
O que você diria para a nova geração de escritores?
Claro, se preocupem com as pequenas concordâncias. E, por favor, deem vida e imagem às palavras...
Quais são seus objetivos, como escritor?
É passar emoção, se possível, fazer chorar através da escrita.
Quais os momentos mais marcantes da sua carreira?
Como escritor, foi no lançamento do meu Songbook na sede da União Operária, onde pude ver e ouvir murmúrios de festas que ali aconteciam. Foi louco! Escrevi um poema...
Como você caracteriza o texto que produz?
Verdadeiro, no maior sentido da mentira.
Com é o seu processo de criação?
Como escritor, chega uma vontade imensa de escrever. Como compositor, também faço por encomenda, sem inspiração...
O que o inspira a escrever? Quais são seus temas mais recorrentes?
O amor no seu mais alto grau da existência...
Fale sobre os livros que você publicou.
Como escritor, escrevi os livros:
Em 1987, ‘Beiral’. Foi lançado no próprio ambiente, no Bar do Batuta. Consegui levar ao Beiral secretários de Estados, deputados federais e outras autoridades. Foi uma festa maravilhosa com cachaça, cerveja, cigarros e poesia...
Em 2008, escrevi o livro ‘Beiral II edição’ (obra revista e ampliada), com fotos do fotógrafo Jorge Macedo.
Em 2013, escrevi o livro ‘Poemas Acorrentados’, com as belas ilustrações do artista plástico Augusto Cardoso. Para ler e baixar 'Poemas Acorrentados', clique aqui.
Em 2014, escrevi o livro ‘Traços e Amores’, com ilustrações de Amazoner Okaba.
Em 2014, foi feito pela UFRR, através da Fundação Ajuri, o meu Songbook ‘Músicas Vivas de Zeca Preto’.
A música me deixa mais eufórico por causa do som. Talvez, por isso, não seja tão atuante na literatura propriamente dita.
Quais são seus projetos futuros?
Lançar nas plataformas Web.
Caso queira acrescentar algo a mais que não foi perguntado, fique à vontade.
Agradecer e dizer que você é um grande escritor.
Site oficial
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